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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estradas e Histórias do Raimundinho do Mixto

Quando só havia pedras e buracos no meio do caminho, e no caminho nem mesmo uma estrada havia direito, já se via “Raimundinho do ‘Mixto’”, entre Limoeiro do Norte (CE) e Mossoró (RN), dirigindo seu possante relicário, um misto de ônibus com pau-de-arara - na frente, a boléia dupla para passageiros, seguida da carroceria para as cargas. Uma das primeiras conduções coletivas do Vale do Jaguaribe, há 46 anos (desde 1962) faz história na fronteira interestadual. Homem que já mexeu com tudo que é ofício, começou a trabalhar antes mesmo de se entender por gente, e quer continuar trabalhando “até quando Deus permitir”. Não dá ao menos três horas da madrugada e Raimundo de Freitas Nunes está de pé, ou melhor, sentado. “Pra ir a Tabuleiro pegar passageiro e encomenda, voltar pra Limoeiro e quatro horas já estar a caminho de Mossoró”, conta, com a categoria e a lucidez de quem está há 46 de seus 78 anos seguindo o mesmo destino, diariamente. “Minha vida é um romance”, define. Com direito a capítulos dramáticos, ou tragicômicos. Tanto tempo viajando, são milhares de passageiros, toneladas de encomenda, e inúmeras histórias para contar. Como quando, na altura do KM 60, precisou fazer o parto de uma passageira: “já tinha quase uma hora de viagem quando a mulher começou a sentir dor, não tinha pra onde correr. Fiz o parto mesmo na cabine. Cortei o cordão umbilical com uma peixeira. Graças a Deus deu tudo certo”. O bebê da história hoje tem 18 anos. O Misto de Raimundinho é guerreiro, já apanhou muito na estrada. Tem capacidade para 16 pessoas na boléia e 42 na carroceria. “Mas já carreguei 115 pessoas de uma vez só”. 115? “Foi, era na véspera de sete de setembro, lá pelos anos 90. Eu dizia que não cabia mais gente, mas ninguém queria ficar e subia de todo jeito”. Mas das suas histórias uma que não pode faltar é a do dia em que viajou de marcha-ré. “O carro engrenou a caixa de marcha, só dava a ré. Eu num ia ficar em Mossoró, e viajei assim mesmo. Rodei nove quilômetros, até que, por Deus, apareceu um amigo e rebocou meu carro até Limoeiro”. E todas as histórias têm testemunhas, os passageiros das idas e vindas. Gente como dona Maria Concelita de Sousa. Hoje a estrada é diferente e a história é outra. As mais de quinze horas que levava para percorrer cerca de 140km (encurtados para menos de 100km, via Quixeré) hoje não chegam a três horas, graças ao asfalto. Mas não se livrou de outras peripécias, como assaltos e outros mais. Todo ano, entre junho e julho, fica exposto nas comemorações do Chuva de Bala no País do Mossoró, em alusão à resistência daquele povo ao bando de Lampião. As viagens da “RK Tur”, empresa de um dos filhos, continuam na linha Limoeiro-Mossoró, de topic, microônibus ou ônibus, “dependendo do tanto de gente. Mas se não tiver ninguém eu vou do mesmo jeito”, conta Raimundinho, que, em seu misto, já fez 526 viagens com romeiros para Canindé, Juazeiro e Tabuleiro do Norte. O misto de pau-de-arara é uma relíquia da história de limoeirenses e mossoroenses. É relicário da memória de muitos, que dentro dele trafegaram em árduas viagens entre os dois Estados, para comprar, vender, passear, estudar ou trabalhar. Mas a grande testemunha de vida é dona Isolda, como é chamada sua esposa Maria de Sales Nunes, 75 anos. Simpática e solícita, fez questão de que o companheiro aparecesse bonito na foto. Começou a namorar com 12 anos de idade, aos 14 casou – precisou mudar a idade para se casar aos 15. “Eu sou feliz, não tenho do que reclamar. Tenho minha família, meu trabalho, me dou bem com todo mundo. Não sou rico, mas não tenho inveja”. Filmado para o documentário Possantes Velhos de Guerra (participante do Cine Ceará), homenageado pela Federação dos Transportes (Cemipar) com o prêmio comemorativo aos 150 anos de transportes com passageiros e o troféu “Valor da Terra”, pela colônia Limoeirense em Fortaleza, ele ainda recebe encomendas e toda noite anota nome e endereço dos passageiros da madrugada seguinte. Está escrevendo um livro com sua história para lançar em dezembro de 2009, pelos 80 anos. Enquanto isso, vai rabiscando a vida e segue o lema do pára-choque de seu caminhão: “Deus é meu guia”. Mais informações: Raimundinho do Mixto Passageiros e encomendas Limoeiro (CE) e Mossoró (RN) Limoeiro do Norte (88) 3423.1623

MELQUÍADES JÚNIOR Colaborador ENQUETE Raimundinho do ´Mixto´ agrada população Maria de Sales Nunes (Isolda) Esposa de Raimundinho Ele quer o maior bem ao Misto e foi com ele que conseguimos criar os filhos. Ainda hoje todo mundo fica olhando. Maria Concelita de Sousa Assídua passageira Tem mais de 30 anos que eu viajo direto com Raimundinho. Ele tem todo cuidado, dá muita segurança.

Fonte: Diário do Nordeste

Melodia é o Seu Nome



Em Limoeiro do Norte nasceu no dia 30 de junho de 1964, José Barros de Lima Neto mais conhecido como: “Neto Melodia” autor, interprete, compositor e musico. Filho de José Barros Filho e Maria de Lourdes Juvêncio. Tem várias obras gravadas pela Som zoom gravações, em bandas famosas como Gaviões do Forró, Raízes do Forró, Forró Cangaço etc. De família simples foi criado no Córrego de Areia comunidade do Município de Limoeiro do Norte, trabalhando na agricultura, cursou apenas até a 5ª série do ensino fundamental antigo 1° grau no colégio Liceu de Artes e Oficio. Casado pai de três filhos, sendo um homem e duas mulheres, mora atualmente na Cidade Alta, Limoeiro do Norte. Seu sonhe é o de gravar seu CD com suas próprias composições e conhecer pessoalmente o sanfoneiro e interprete Paraibano Flávio José.


SUCESSOS SEUS GRAVADOS:

Gaviões Do Forró - Essência De Um Vaqueiro

Raizes do Forró - Minha Musa Minha Amante

Forró Pai D'Égua - A Volta do Barrigudo

Forró Cangaço - Casa de Taipa

Forró Cangaço - Advogado de Mulher

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nilson Holanda

Antônio Nilson Craveiro Holanda é uma mais respeitadas culturas jovens do Brasil, detentor de profundos conhecimentos nos campos do Direito e da Economia. Tem desempenhado cargos da mais alta importância nos meios econômicos brasileiros, notadamente no Banco do Nordeste do Brasil, que ajudou a consolidar.
Nasceu Nilson Holanda a 22 de junho de 1935, em Limoeiro do Norte, CE. Nessa cidade, concluiu o seu curso secundário no Ginásio Diocesano. O Curso Clássico fê-lo no Colégio Estadual do Ceará (Liceu do Ceará), em Fortaleza. Formou-se em 1957 pela Universidade Federal do Ceará, recebendo o título de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1961, freqüentou a Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, onde recebeu o título de Master of Arts (Economics). Posteriormente, recebeu da Universidade de Harvard, Massachusets, EUA, o Diploma Master of Public Administration (1960).

Dentre outros programas de treinamento, podemos mencionar: II Curso de Especialistas em Desenvolvimento Econômico, patrocinado pelo Banco do Nordeste do Brasil (1956); Estágio no Instituto de Pesquisas da Universidade de Stanford (1961); visitas de estudos a organizações de desenvolvimento do Estado Libre Asociado de Puerto Rico, como bolsista das Nações Unidas (1961); visita de estudos a organizações de planejamento da França, Itália, Bélgica, Holanda e Áustria, em programa patrocinado pela Universidade de Harvard e Fundação Ford (1969); Visita a organizações de desenvolvimento da Índia (pequena indústria), Coréia do Sul e Japão (promoção de exportações), em programa patrocinado pela Usaid (1970); participante do Seminário Political Economy of Natural Resources Development. em Washington, DC, EUA, sob o patrocínio do Departamento de Estado Norte-americano e a Universidade John Hopkins (1977); visita de estudos no Instituto Nacional de Administração de Madrid e Alcalá de Henares, Espanha e à Escola Nacional de Administração de Paris, França (1986); visita de estudos ao Ministério de Ia Funcción Pública e ao Instituto de Buenos Aires, Argentina.
Iniciou suas atividades profissionais no Banco do Nordeste do Brasil, em 1955, como Assessor Auxiliar da Presidência; de 1959 a 1961, foi Analista de Projetos do Departamento Industrial e de Investimentos do BNB; 1961 e 1962 viram-no como Chefe da Divisão de Análise de Projetos; de 1962 1965, foi Chefe Adjunto do Departamento Industrial e de Investimentos e, de 1962 a 1965, foi Chefe do mesmo Departamento do BNB.
No Ministério do Planejamento foi, de 1971 a 1973, Superintendente do Instituto de Planejamento da Fundação IPEA e, cumulativamente, Secretário de Planejamento junto à Secretaria Geral do Ministério de Planejamento e Coordenação Geral. De 1971 a 1974, foi Superintendente do Instituto de Planejamento (IPEA/IPLAN) e Secretário de Planejamento; Membro dos Conselhos de Administração do BNDES e Finep; Representante do Ministério dos Conselhos Deliberativos da Sudene, Sudam, Sudeco e Sudesul.
Como Professor Universitário, foi lente de Introdução à Economia e Teoria do Desenvolvimento Econômico, na Universidade Federal do Ceará, de 1962 a 1970 e Professor de Elaboração e Avaliação de Projetos em diversos cursos da Cepal no Brasil, Colômbia e Peru.
Em 1964, assumiu a Presidência do Banco do Nordeste do Brasil. Como Delegado brasileiro, tomou parte em diversas missões no exterior, valendo destacar: Delegado do Conselho Interamericano da Aliança para o Progresso, em Washington, EUA, 1972/1973; Membro da Missão Brasileira encabeçada pelo Ministro do Planejamento, à França e à Rússia, em 1972.
Nilson Holanda sempre batalhou por uma política moderna e sua ação desmistificou certos hábitos e costumes sediços.
Lutou principalmente contra os quatro mitos que descobriu embutidos em todo o processo de evolução da Região Nordeste. São eles:
1o. O mito isolacionista dos que subestimam a condição natural de dependência da região pobre em relação ao pólo desenvolvido e ignoram o sistema de vasos com uni cantes do País;
2o. O mito do custo excessivo que se fundamenta no falso pressuposto de que são excessivamente elevados os investimentos de programas em relação à possibilidades do País;
3o. O mito do sistema não-responsivo, firmado na evasiva de que a economia nordestina não seria capaz de responder satisfatoriamente aos investimentos governamentais;
4o. O mito de desenvolvimento a-social (para não dizer anti-social) que insiste na tese de que não se traduzem em distribuição de benefícios, ou seja, em desenvolvimento social, no seu discurso de boas-vindas ao Instituto do Ceará, o Prof. Dr. Francisco Alves de Andrade assim se manifestou: A estas objurgatórias opusestes o brilhantismo e a vossa combatividade. E o desempenho do Banco do Nordeste ergue-se no avanço, dos seus estudos e pesquisas, na mostra palpitante de realizações de um caudaloso rio, cujo leito, descoberto por Rômulo de Almeida, inicialmente, recebeu o amanho prudente e previdente de Raul Barbosa em seus negócios. O sistema cresceu num processo de integração iniciado por Rubens Costa e ascendeu à plenitude de sua mais vigorosa expansão sob o talento e cultura do Professor Nilson Holanda.

Bibliografia de Nilson Holanda
Planejamento e Projetos 13a edição, Imprensa Universitária do Ceará, Fortaleza (edições patrocinadas pelo Instituto Nacional do Livro, Brasília e Apec Editora, Rio, 1987);
Introdução à Economia 6a edição, Editora Vozes, Rio, 1987;
Introdução à Teoria do Desenvolvimento do Nordeste BNB, Fortaleza, 1976;
Política de Desenvolvimento do Nordeste BNB, Fortaleza, 1979;
Raul Barbosa, o Banco do Nordeste do Brasil e o Desenvolvimento Econômico da Região la Ed. Maria Olímpia Xavier, BNB, 1979;
Técnicas de Planejamento em Bancos de Desenvolvimento Editor Associação Brasileira de Bancos de Desenvolvimento Rio, 1980;
Os Bancos de Desenvolvimento como Agentes de Mudanças Ed. ABDE Rio; 1980;
Plano de Desenvolvimento da Região do Araguaia Tocantins (1984/94)
Relatório final do Prodiat (Coordenador e Editor), 1985. publicado em 1987;
La Planificación en el Proceso de Cambio in Experiencias y Problemas de Planificación en America Latina, Siglo Veinteuno Editores, Mexico, 1974;
Critical Areas in the Organization and Functional Effirency of Financial Development Institutions ALIDE and Federal Development Business Bank of Canada, Montreal, 1980.
http://www.institutodoceara.org.br/membros/NilsonHolanda.htm